quarta-feira, 11 de março de 2009

sombras.

ele acendeu mais um cigarro.
estava difícil conseguir dormir naquela noite.
o quarto parecia grande demais, assim com a cama... tudo parecia frio demais, vazio demais...
ele sabia o que, ou mais exatamente quem faltava no quarto, mas não havia nada que sua vontade de não ficar só pudesse lhe proporcionar como paliativo na madrugada insone.
olhar para o teto e suspirar... parecia ser tudo que lhe restava como opção, não lhe deram alternativas naquele momento sombrio de seu dia.
e então, sem mais nem menos, as sombras da rua começaram a se alongar, indefinidamente, e passaram à se esgueirar para dentro de seu quarto, aquele quarto que já era escuro, frio e triste o bastante... mas as sombras não se importavam... elas continuaram a invadir, de forma lenta e rastejante, aquele quarto de pesadelos despertos, de solidão claustrofóbica...
sombras rastejantes, solidão clautrofóbica, frio, vazio, ausência, insônia... desespero.
e quando tudo aquilo o engoliu, num sono de trevas eternas, nada sobrou, além das cinzas de um cigarro esquecido por alguém que não mais acordaria.

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