sexta-feira, 5 de junho de 2009

o libertino e a prostituta (parte III de IV)

Louise... a pequena e adorada Louise...
filha única de um casal de filhos únicos, Louise valia mais que qualquer fortuna, para sua família.
seus pais era imigrantes de um país europeu qualquer, retrógrado, gélido e de palavras de 15 letras (dessas, apenas duas sendo vogais) . já eram insuportavelmente ricos em sua terra natal, e ainda multiplicaram suas riquezas absurdamente, depois de chegarem por essas bandas.
então, obviamente, deram à sua pequena jóia viva, a melhor lapidação possível, para que brilhasse ainda mais. (como se fosse necessário... Louise era tão bela, que até Vênus enrusbeceria de vergonha e inveja diante da pequena)
lhe colocaram nas melhores escolas, lhe deram os melhores professores particulares, as melhores roupas, as melhores comidas, as melhores roupas, as melhores companhias... mas não puderam salvaguardá-la de Lucas.
Louise não era o anjo que seus pais queriam que fosse, e desde seus 13 anos, fugia de casa para conhecer o mundo real que sua família lhe ocultava. foi numa dessas "escapadelas" que conheceu Lucas, quem colocaria sua vida e reputação à perder.
Lucas, com então, 18 anos, também tinha seus motivos para fugir e se esconder em lugares que o levariam à um caminho sem volta: os motivos eram a indiferença de sua mãe, e a incapacidade de sentir-se parte de qualquer coisa.
Louise ganhava facilmente a atenção de todos ao entrar em qualquer lugar, com seus longos cabelos cacheados e ruivos, seu corpo esguio e sensual, seus grandes olhos negros e infantis, e a pele perfeita, mas alva que a mais pura neve. Lucas, por outro lado, fazia o tipo de bad-boy parado num canto escuro dum bar, inalcançável e desinteressado por qualquer coisa além de sua própria bebida. ele nunca soube como conseguira atrair a atenção da flor do lugar.
a pequena, assim que o viu, tão isolado, quieto, desinteressado pelo mundo (e o mais pasmante, sem nem sequer notá-la), foi imediatamante sentar-se ao seu lado e tentar puxar papo.
de início, tudo em Louise causava repulsa à Lucas: seus lindos cabelos ruivos, seus grandes olhos negros, sua pele suave, a roupa de classe, a pose para beber e fumar, seu conhecimento elitista, sua grana infinita. ele, então, teve vontade de aniquilar tudo o que ela era, jogar aquela pérola no lodo em que ele vivia, para talvez então, se apaixonar por ela. mas ele só a amou quando já era tarde demais.
Louise, no começo por orgulho, e depois por pura submissão, passou a fugir de casa durante mais noites, beber mais, fumar mais, vender suas roupas de boneca para comprar roupas mais adequadas aos antros que frequentávam, mais bebida e mais drogas, dormir durante as aulas, ignorar os amigos que os pais escolheram tão minuciosamente para ela. depois de três anos, a família não a reconhecia mais, tanto Louise mudara, e em libertinagem, ela já superara de longe o mestre.
a menina não mais saía às escondidas, confrontava os pais e ainda obrigava-os a dar-lhe dinheiro para as insânias que lhe acalentassem naquela noite.
entretanto, continuava sem render-se aos desejos carnais dos muitos rapazes que a rodeavam. Lucas era o único que lhe importava, e era o único que nada queria com ela. todas as noites ele estava num leito diferente, com outras mulheres das quais desconhecia até o nome e que não reconheceria no dia seguinte, nem se esbarrasse com a companhia noturna apenas algumas horas depois.
Louise, com os anos que passou perto de Lucas, vendo-o simplesmente vagar em vez de viver, se deprimia, e em vez de desistir e desencantar-se do seu príncipe vagabundo, apenas o queria cada dia mais. até que, em seu aniversário de 17 anos, ela enfim ganhou o que tanto almejara ao longo de todo esse tempo. Lucas foi seu primeiro homem, e o destino quis que fosse seu último também.
a pequena engravidara, Lucas obrigara-a a abortar, e devido à operação ilegal e mal-executada, acabou desenvolvendo uma infecção generalizada, que culminou em sua morte.
a família dela, para a sorte de Lucas, ficou abalada demais com a perda de sua mais valiosa jóia que sequer se importaram em procurar quem a engravidara.
...
Lucas tomava mais um trago na garrafa de whisky barato, enquanto pensava em como destruíra uma vida por pouco se importar.


[enfim, a segunda e a terceira partes do conto... espero que gostem^^ até o fim do mês, escrevo a última^^]

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